sexta-feira, janeiro 06, 2006

Puta de vida

Não tenho tempo, mas também não tenho paciência...E que se lixe o tempo que não tenho, porque tempo já tive e não soube aproveitá-lo, agora que o tempo pesa, o arrependimento de ter tomado certas decisões incomoda-me, incomoda-me também não ter vivido aquilo que hoje sei que queria ter vivido.
Tu e tu, vocês são a razão do meu arrependimento. Mas porquê arrepender-me de uma coisa que ainda estou a tempo de ser, se calhar talvez!? Eu queria ser o que não sou, mas isso implicaria que tudo o que sou hoje deixasse de ser. Um dilema, é o que já foi, embora quando o foi não o fosse, só agora me dou por ele. Tristeza de destino. Mas, piores há do que eu, enquanto me lamento afogado em tinto das crises que vivo por ser um traste que nunca soube o que queria na vida, outros há que não tiveram hipótese de escolha. Por isso mais vale não me lamentar. Mas será que devo agir, dar o rumo que sinto ser o mais certo à minha vida? E depois? O que já é a minha vida deixa de o ser! Será isto correcto?
Vomito aqui a minha mágoa e o meu descontentamento, distraíndo-me assim da loucura que desejo cometer.
Hei-de votar Alegre, hei-de viver uma vida melhor, vou mudar de novo, a mudança trás prejuízo e felicidade quando é acertada. Mas eu sei que o meu voto será acertado. Será-o também a mudança? E será que terei coragem para ela!? A mim não me parece, preciso de um sinal, um sinal pirata, ilegal e imoral mas que me trará felicidade, isso é certo. Passarei a dormir e a alimentar-me sem ser de álcool.
Espero que o céu não me caia em cima, mas se caír, se um dia tiver a coragem, que valha a pena.
Puta de vida, traidora dos ingénuos, tapas os olhos dos apaixonados, crias falsos amores e errados destinos.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Ponto

"O saber é a única coisa que os tiranos não podem retirar de um povo. Compartilhar o conhecimento é mais do que ensinar, é aprender a ser humilde.Só sei que nada sei" Sócrates

sexta-feira, outubro 21, 2005

Chuvada

Quero que esta bonita sexta-feira de chuva não passe despercebida, por isso referencio aqui um comentário deixado em Djuba Jhaiba de Bronte que escreve no Transistorizado:

Uma reflexão adulta, não acham?

quinta-feira, outubro 20, 2005

Blogger julgado!

Agora começo a entender

Irónicamente, TNT faz a divulgação da absurdidade menos suspeita de o ser (infelizmente).
Aumentou-se o IVA, mas a receita não me parece que aumente visto que o poder de compra dos cidadãos não tem acréscimos perante a medida árida. A tendência é caminharmos ao encontro da descida dos impostos de modo a equilibrarmos a receita.
Percebam qual o limite mais provável da situação em que nos colocará este segredo do nosso ilustríssimo 1º Mentiroso Sócrates, aqui.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Licenças Ambientais

Parte das indústrias instaladas em Portugal tem que ter emitida uma licença ambiental até ao final de Outubro de 2007 de forma a poderem laborar, de acordo com a legislação comunitária.

Continuar a ler Licenças Ambientais...

Atenção à petição!

Não se esqueçam de assinar a petição germinada no Congeminações. É do interesse de todos, excepto de corruptos...

Qual vai ser a maior do mundo?

Realizou-se ontem em Lisboa na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, o Simpósio das Energias Solares.
Os alemães, são investidores interessados em Portugal devido às condições atractivas que se propocionam no nosso país a nível do mercado das energias alternativas. Na Alemanha, a indústria das energias renováveis já rendeu 1,5 mil milhões de euros e mais de 20 mil empregos.

Portugal tem 2300 horas de sol por ano, é o terceiro país da UE com maior potencial para a produção de energia solar.


Um projecto de uma central fotovoltaica com 116 megawatts (Mw) de potência instalada, planeado por um consórcio internacional liderado pela empresa La Sabina aguarda pelo aval do Ministério da Economia.
A localização da central está prevista para a mina de São Domingos em Mértola por ser uma das zonas com maior exposição solar no nosso país.

A La Sabina em parceria com as empresas alemãs de energias renováveis Roth e Rau e Villa Lohberg mais a Siemens Portugal, pervê a deslocação do investimento de 426 milhões de euros e criador de 550 postos de trabalho até 2010, para Espanha, isto se o governo não subsidiar a tarifa sobre a energia solar. Sem a subsidiação da tarifa pelo Estado português o consórcio de empresas considera o investimento economicamente inviável.
Numa última tentativa de levar por diante o projecto, o consórcio está a tentar junto do Estado português, que o projecto não seja visto apenas como um avanço no campo energético mas também como medida de apoio estrutural para o Alentejo. Desta forma o projecto poderá inserir-se no âmbito do Conselho de Ministros 95/2005, de 24 de Maio, como um projecto de potencial interesse nacional (PIN). O PIN reconhece empreendimentos que apresentem sustentabilidade ambiental e territorial, com investimento superior a 25 milhões de euros e apresentem impacte positivo em pelo menos quatro domínios:

- criação e/ou qualificação de emprego;
- inserção em estratégias de desenvolvimento regional ou contribuição para a dinamização económica de regiões com menor grau de desenvolvimento;
- produção de bens e serviços transaccionáveis, de carácter inovador e em mercados com potencial de crescimento;
- eficiência energética e/ou favorecimento de fontes de energia renováveis.

O projecto vai aproveitar 250 hectares de terreno e instalar 116 blocos de painéis solares com capacidade para alimentar as necessidades de 130 mil fogos.


Outro projecto é a central fotovoltaica de Moura, com uma potência instalada de 64 megawatts (Mw) consiste num investimento de 250 milhões de euros. A anfitriã deste projecto será a freguesia da Amareleja. São aproveitados 114 hectares de terreno, para a produção anual de 88 gigawatts/hora de electricidade correspondentes a uma injecção na rede de 49,6 Mw.

O projecto fica a cargo da Amper Central Solar, empresa criada pela Câmara Municipal de Moura e que detém 90 % do capital social, sendo os 10 % restantes pertencentes à Renatura. A esta parceria público-privada, junta-se a BP Solar como empresa fornecedora da tecnologia e que tem já em vista a construção de uma fábrica de painéis fotovoltaicos, tecnologia em que é líder mundial. A fábrica irá promover a criação de 240 postos de trabalho.

O processo de licenciamento da central fotovoltaica de Moura dura há quase 4 anos, tem em vista o desenvolvimento económico e social da região que é a mais pobre do país e uma das mais pobres da Europa. O empreendimento pretende no futuro criar condições para atraír empresas ligadas à investigação e desenvolvimento na área das energias renováveis e das tecnologias do hidrogénio, permitindo a criação de 2000 postos de trabalho na totalidade do projecto.

Este projecto peca por ser entregue ao escritório de advogados Simmons&Simmons Rebelo de Sousa, a elaboração de toda a documentação jurídica em sistema “Corporate Governance”. Isto poderá influenciar as relações empresariais com novos investidores tendo em vista a satisfação de interesses particulares, bem ao estilo deste nosso Bananal. A homologação da licença de construção da central estava prevista para 13 de Outubro de 2005 pelo secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, Castro Guerra, tendo a obra início previsto para o segundo semestre de 2006. A homologação foi cancelada sem motivo revelado pelo Executivo. Será que o governo está no encalço do fecho de contrato com a Simmons&Simmons?

Esta será a maior central fotovoltaica do mundo caso a central de São Domingos não receba o aval do Estado.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Hoje assinala-se o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza

Portugal é o país da Europa com maior desigualdade entre ricos e pobres.

Dados revelados ontem pela associação Oikos, apontam Portugal como o país da Europa em que o fosso entre ricos e pobres é maior.
As 100 maiores fortunas portuguesas constituem 17% do PIB, 20 % dos mais ricos representam 45,9 % do rendimento nacional. Esta situação é característica dos países em via de desenvolvimento, ficando assim em causa a política de distribuição de fundos adoptada no nosso país.

Hoje assinala-se o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias associações portuguesas vão apelar ao debate público desta situação.

Além do desiquilíbrio financeiro, constata-se também a inacessibilidade às necessidades básicas que conferem dignidade à vida humana. É por isso importante, valorizar a questão da desigualdade, colocando em menor plano de importância o crescimento económico.

quinta-feira, outubro 13, 2005

quarta-feira, outubro 12, 2005

Reclamação do povo

Está escrito aqui no Congeminações e aqui em Sociocracia. A primeira referência apresenta uma proposta para a revisão da Lei Eleitoral. A segunda, apresenta uma compilação de escândalos ao abrigo da Lei Salarial, dos padrinhos e dos compadres.

Que se tornem públicas estas informações.

O Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado...

Transcrevo o texto do professor Jacinto Rodrigues,via Boassas. Com os meus agradecimentos.

O Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado...
Alternativa ao Capitalismo na Era da Globalização

Por: Jacinto Rodrigues

Resumo
Não é possível construir uma sociedade de justiça social sem mudança do modelo territorial energético, baseado na sustentabilidade ecológica.
A ecologia, como fundamento substantivo da política e da técnica, torna-se essencial para a alternativa ao paradigma do capitalismo na fase da globalização.

Palavras-chave:

Desenvolvimento ecologicamente sustentado
Ecodesenvolvimento
Eco-ciência planetária


Mesmo para o cidadão comum, de hoje, é uma evidência constatar a evolução do capitalismo e reconhecer a especificidade desta etapa que se designa de globalização.
Porém, a questão essencial é saber se a natureza do sistema capitalista mudou.
a) Será que desapareceram a exploração, dominação e as injustiças sociais que advêm desse modelo social?
B) Encontrou este modelo capitalista um processo de concertação dos seus antagonismos, inerentes ao seu processo de funcionamento?
c) Que ocorreu em relação à capacidade de resposta dos grupos sociais explorados e dominados, aos novos processos de economia transnacionalizada na sua nova fase do capitalismo financeiro, “financiarização”, de cibernetização tecnológica, “informatização” e alargamento manipulatório “mediatização”? (AMIN 1997))
No estado actual, a etapa da globalização alargou a economia de mercado para uma fase cada vez mais gravosa para com o equilíbrio da biosfera. O valor de uso dos produtos tornou-se presa de interesses financeiros dominantes. O oligopolismo, ou seja, o capital financeiro sobrepôs-se à lógica de investimentos produtivos. A geopolítica do capital transnacionalizado impôs modelos sociais/militares e tecnológicos mundializados.
A generalização de uma tecnologia que produza um antagonismo crescente em relação à biosfera.
Esse antagonismo crescente revela-se essencialmente pelo facto de que este modelo tecnológico funciona como uma predacção exterminadora dos bens planetários criando simultaneamente resíduos superiores à reciclagem de que dispõe a biosfera.
Os eco-sistemas são violentados pelo alargamento duma tecnologia produtora de esgotamento energético e matérias-primas, ao mesmo tempo que gera lixos tóxicos.
A generalização desse antagonismo capitalismo versus natureza, acompanha e agrava outros antagonismos essenciais. Cresce o fosso ente os grupos cada vez mais reduzidos, detentores do meios de dominação, produção e alienação e o resto da sociedade que, por sua vez, se decompõe em grupos sociais integrados e outros excluídos.
Cresce o fosso entre regiões onde o crescimentos se realizou à custa da periferia despojada dos seus próprios meios naturais de subsistência.
Por outro lado, ocorrem antagonismos também entre os próprios detentores do capital porque a concentração e a concorrência inerente ao modelo mercantil acentua rivalidades em torno da conquista do poder dominante. A concentração faz-se através do aniquilamento dos mais fracos que têm de se sujeitar a essa geo-estratégia de concentração.
O modelo tecnológico, aparece com uma lógica de produtivismo quantitativo que insinua um progresso social. A tecno-ciência mecanicista/positivista (sem uma base ecológica e assente na energia fóssil e na poluição) constitui a trama essencial da produção. Com efeito, dos transportes à agro-indústria, o modelo tecno-científico hegemoniza o tipo de crescimento da economia capitalista.
O sistema de ensino do Estado, privado ou empresarial, constitui um pilar de reprodução do próprio sistema. A socialização cultural é substituída pela institucionalização escolar. Esses referentes paradigmáticos interferiram na estrutura cognitiva, criando e reflectindo uma concepção de ciência e de cultura. Os “epistemes” são produzidos e reproduzidos nesta “grelha de interpretação”(WALLACE 1963) que interessem a manutenção social.
A organização territorial consolida a integração social de maiorias e exclusão de minorias não adaptativas.
A concentração urbana caracteriza esse habitat alheado do eco-sistema. Mas a organização territorial desta fase de globalização tem gerado dispositivos topológicos (FOUCAULT, 1976)) que constituem formas de integração e de dominação cada vez mais sofisticadas. A maquilhagem formal, a espectacularidade das edificações, escondem adestramentos comportamentais das populações e marcam com geo-estratégias complexas, a reprodução alargada da força de trabalho, o domínio manipulatório e/ou compulsivo de hábitos (BOURDIEU-PASSERON, 1964)), de formas de vida e de consumo.
Durante o processo da mundialização da economia capitalista, através das formas coloniais ou neo-coloniais, as sociedades tradicionais de economia de subsistência apresentaram, e apresentam ainda hoje, resistências à imposição desse modelo capitalista, social, tecnológico, territorial e educativo.
Essas sociedades tradicionais não têm actividades puramente económicas. A caça e a agricultura são actividades familiares e comunitárias. Como refere Polanyi,(POLANYI, 1980)) os princípios dessas sociedades vernaculares são formas de reciprocidade que estabelecem um tecido de obrigações mútuas estreitando os laços entre os membros da comunidade. (Goldsmith, 1995)
A tecnologia e o habitat das sociedades vernaculares constituem as formas de estar duma sociedade em busca da auto-suficiência, que obedece às imposições do nicho ecológico em que a comunidade se insere
O processo educativo na sociedade, confunde-se com a socialização, vigorando o processo de adaptação à comunidade e ao eco-sistema de que são dependentes.
O processo colonial e neo-colonial instaura-se essencialmente pelo sistema tecnológico e pelos novos dispositivos territoriais. São estes elementos fortes que facilitam a “pilhagem” e produzem a catástrofe das populações nativas.
O habitat e a tecnologia tradicionais, não produziam esgotamento dos bens naturais. Os detritos eram reciclados pelo ecosistema local.
A transmissão de doenças era menos fatal nas comunidades isoladas do que em populações concentradas e em situações degradadas das aglomerações urbanas.
As relações de economia de mercado vieram acelerar a desintegração dos ecosistemas pois os valor de uso ao ser substituído por valor de troca, provocou a delapidação das florestas, aumentou a desertificação e intensificou processos de concorrência que levaram a conflitos étnicos e às guerras.
Ao estabelecermos estas constatações sobre as sociedades vernaculares não queremos, contudo, considerá-las isentas de limitações e portanto não é nosso ensejo apresentá-las como o paradigma alternativo ao modelo técnico-científico do capitalismo.
As ideologias colonial e neo-colonial esforçaram-se em tecer juízos de valor sobre as sociedades vernaculares, querendo ddemonstrar a supremacia do modelo cultural e civilizacional dos países de economia dominante. Foi o pretexto para legitimarem a colonização. Foi e é o discurso ideológico dominante.
Quisemos caracterizar a situação das sociedades vernaculares mostrando como as sociedades colonizadoras, contribuíram para o desequilíbrio entre o homem e a biosfera.
O que se pretende nesta comunicação é formular uma decifração ecológica dos paradigmas entre essas sociedades, que ultrapasse a mera análise “económica”. Por isso formular uma alternativa significa ultrapassar os quadros referenciais do paradigma científico e moderno. Significa também ultrapassar antigos paradigmas em que a sujeição da humanidade ao envolvimento ecosistémico era quase total.
Ultrapassar a atitude destruidora do modelo capitalista e ultrapassar a atitude adaptativa do modelo de sociedade tradicional é o desafio que se põe para a formulação dum paradigma futurante.
Entre destruição e sujeição existe a possibilidade de uma sociedade capaz de integrar os ecosistemas de um modo activo, de maneira a tornar mais conscientes as relações dos homens com os seres vivos e com o biótopo.
O alargamento da consciência planetária, o aparecimento de propostas ecotécnicas (energias renováveis e uma produção com resíduos recicláveis) e ainda o surgimento das novas formas de organização territorial ecologicamente sustentada, permitem apontar como possível, esta “utopia” social, baseada no desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Para isso há que encarar as soluções para os antagonismos sociais mas também formular, simultaneamente, respostas às conflitualidades na biocenose e entre a biocenose e o biótopo.
Não existem portanto, soluções político-económicas em estrito senso. Política e economia enquadram-se numa eco-política mais geral, como seja a gestão do próprio planeta. Em última instância é de uma eco-sofia em processo a que teremos de recorrer para esta hipótese alternativa de paradigma.
A história da humanidade aparece apenas como um processo parcelar duma mais vasta aventura planetária. No entanto, para a humanidade, as experiências já vividas nos diferentes modos de produção, nos diversos complexos tecnológicos e energéticos, nos diversos paradigmas político-filosóficos, permitem experiência e teoria para o desenvolvimento futuro.
As aspirações por uma sociedade mais justa e solidária, ficaram assinaladas ao longo da história, por grandes movimentos de libertação. Estes movimentos sociais, só de uma forma vaga e às vezes paradoxal, referenciaram a problemática ecológica. Essas aspirações confundiram-se, umas vezes, com o mimetismo passivo à mãe terra, outras vezes, com o grito Prometaico, portador da sociedade industrial. Outras vezes ainda, ao contrário, orientaram-se para uma sabotagem do surto tecno-científico do sistema fabril.
Com o advento da teoria ecológica, reformulam-se os quadros da ciência positivista e das ideologias sociais. Reencontramos proximidades entre a geo-cosmogonia mágica nativista e as revelações duma complexidade holística da teoria ecológica. Mas há diferenças qualitativas no alargamento da consciência planetária e na capacidade de controlo da humanidade para o equilíbrio ou desequilíbrio entre a organização social e a biosfera.
Se, através da tecnociência se conseguiram autênticos massacres na biosfera, criando a poluição generalizada, a devastação das florestas, a desertificação dos solos, a contaminação das águas, a partir da investigação eco-técnica é possível a produção de protótipos de energias renováveis que não esgotem os bens naturais nem poluam o planeta.
A evolução do conhecimento nas ciências do território, permite a implantação de novos habitats integrados no ecosistema.
O habitat, território, desenvolvimento, bioagricultura, ecotécnica, produção e reciclagem, são corolários sistémicos para um desenvolvimento ecologicamente sustentado.
É nesta configuração territorial e com estes novos dispositivos eco-tecnológicos que se podem propiciar novos comportamentos e atitudes solidárias mais consentâneas com as aspirações de justiça social.
Estes lugares matriciais podem assim, facilitar uma socialização solidária, uma eco-territorialização e uma eco-técnica imprescindíveis para a concretização desta utopia realizável.
Esta utopia não é um “modelo”. É um processo de mudança alternativa à sociedade tradicional de subsistência e à sociedade de globalização do capitalismo neo-liberal.
No terreno prático, o que se pretende, neste artigo, é defender o eco-desenvolvimento (SACHS, 1995) como alternativa para qualquer das sociedades. Qualquer que seja a etapa de crescimento, terá que ter uma opção tecnológica e territorial ecologicamente sustentável que possa auferir experiência prática, teórica e científica da humanidade.
As sociedades vernaculares ou tradicionais, têm uma proximidade material das preocupações ecológicas. Mas, ao mesmo tempo, encontram-se longe das opções reflexivas que podem garantir pela eco-técnica actual, uma melhoria das tecnologias apropriáveis, tradicionais. Contudo, nas sociedades do capitalismo global, será necessária a reconversão da tecnociência à ecotécnica. Terá que surgir uma “medicina planetária” (LOVELLOCK, 1998) capaz de curar as mazelas do crescimento produtivista.
Cresceram os perigos gerados pelo modelo de crescimento. A vida quotidiana dos cidadãos é cada vez mais marcada pelos desastres ecológicos, quer sejam alimentares quer sejam climatéricos.
Há cada vez mais movimentos que tomam consciência planetária desses perigos e mais claramente surgem alternativas concretas no domínio da eco-técnica, da organização territorial e do modo de vida. São experiências exemplares que tendem a multiplicar-se.
Novas formas organizativas, como redes não hierarquizadas onde a unidade se estabelece pelo direito à diferença, despontam em todos os países. Da federação destas organizações e da participação duma “ciência cidadã” (IRWIN 1998) surgem já expressões dum internacionalismo solidário no desenvolvimento ecologicamente sustentado, visível em Seatle e Porto Alegre.

Jacinto Rodrigues
(professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

Referências bibliográficas
(1) Amin, Samir, “Imperialismo e Desenvolvimento Desigual”, 1998, Ed. Ulmeiro
“Eurocentrismo”, 1999, Ed. Dinossauro
“Desafios da Mundialização”, 2001, Ed. Dinossauro
(2) Bourdieu-Passeron, “Les Heretiers”, 1964, Ed. Minuit, Paris
(3) Foucault, Michel, “La gouvernementalité” in « Magazine Litteraire », nº 269, 1998
«Surveiller et Punir», 1976, Ed. Gallimard, Paris
(4) Goldsmith, Edouard “Desafio ecológico”, 1995, Ed. Inst. Piaget
(5) Irwin, Alane, “Ciência Cidadã”, 1998, Ed. Inst. Piaget
(6) Lovellock, James, “Ciência para a Terra”, 1998, Ed. Terramar
(7) Polanyi, K. “The Great Transformation”, 1980, N.Y.
(8) Sachs, Ignacy, “Norte-Sul: Confronto ou Cooperação?” in “Estado do Ambiente no Mundo”, 1995, Ed. Inst. Piaget
(9) Wallace, A.F.C. “Culture and Personality”, 1963, Ed. Rondon House, N.Y.

terça-feira, outubro 11, 2005

Campeão de rali movido a hidrogénio

O protótipo da Opel, inspirado no modelo Zafira, Hydrogen3, atinge uma velocidade máxima de 160 Km/h e apresenta um motor de 82 cavalos de potência.

Fábrica de biodiesel a funcionar em Portugal já este ano.

O sol brilha mais de três mil horas por ano em muitas regiões de Portugal.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Vince

Amanhã vamos ser visitados por uma tempestade tropical.

sábado, outubro 08, 2005

O Hidro Génio

O elemento mais abundante no Universo, é composto por um protão e um electrão, é o mais simples dos elementos conhecidos pelo Homem, o Hidrogénio.
O Hidrogénio na sua forma natural, constitui 30% da matéria da Estrela Solar do nosso Sistema. Em convivência com uma predominante percentagem, restante, de Hélio, num processo de fusão, 4 átomos de Hidrogénio combinam-se para formar 1 átomo de Hélio. Durante o processo liberta-se energia sob a forma de radiação, energia que na Terra se traduz em luz, calor, vento e permite o crescimento de plantas e que é armazenada na forma de combustíveis fósseis, o carvão, o petróleo, o metano, os hidratos de metano e que se acumula também na forma de biomassa.

Transporte de energia

O hidrogénio na atmosfera terrestre encontra-se a uma proporção de uma parte para um milhão de partes. Está sempre combinado com outros átomos, com Oxigénio forma Água. Embora seja encarado como um recurso energético, não o é primariamente, apenas transporta energia na sua forma livre. É necessário desassociá-lo de outros átomos para o isolar como transportador de energia, que pode se convertida em corrente contínua ou em combustível de alto rendimento como é o caso dos foguetes espaciais.

As aplicações do Hidrogénio como fonte de energia de um sistema automóvel, revelam-se mais eficientes a nível de ruídos da estrutura e da sua manutenção, da ausência de resíduos poluentes, da preservação de equilíbrios críticos. Já o custo, de um equipamento alimentado por pilha de combustível , não tem ainda, competitividade possível com os automóveis convencionais.


A pilha de combustível pode utilizar o Hidrogénio armazenado ou convertido a partir de gasolina, gás natural, metanol e também os bio-combustíveis.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Tarefa cívica

Coloco aqui em evidência um exercício iniciado no blogue Solariso, que considero ser do interesse de todos nós cidadãos. Vá lá não se acanhem, se souberem de alguma coisa digam!

Ainda acerca da questão do Aborto

Uma entrevista que na minha opinião, suscita ainda mais dúvidas acerca do caminho a seguir. Ver Aqui

quarta-feira, outubro 05, 2005

A água não pode ser fonte de negócio!

Eis a transcrição de um folheto que recebi um destes dias, assinado pela CGTP.



O Governo quer impor uma Lei da Água que prevê a privatização deste bem universal e essencial à vida do ser humano.
As duas propostas de lei entregues pelo Governo que regula o regime jurídico e a titularidade dos recursos hídricos e a lei da água são semelhantes às apresentadas pelo PSD/PP.

Com a privatizaçõ pretendem entregar aos grandes grupos económicos a exploração dos rios, das albufeiras, dos aquíferos (reservatórios de águas naturais) das fontes e das praias, dos portos e das barragens.

A ÁGUA NÃO É MERCADORIA

Mas o governo quer privatizar um bem que é pertença da comunidade!

- A captação e a distribuição da água ficam à mercê dos grandes grupos económicos.

- A água deixa de ser considerada um bem público de acesso universal, passando a ser um bem limitado apenas para aqueles que podem pagar!

- O lucro passa a ser o principal factor na gestão da água.

- As autarquias deixam de ter qualquer controlo sobre a sua gestão, ficando sujeitas às arbitrariedades do Governo e equiparadas a qualquer entidade privada.

- A concessão aos privados pode atingir os 75 anos.

- O Governo passa a instituir tarifas extras para o abastecimento e saneamento doméstico, nivelando os preços da água de abastecimento pelo preço mais alto, por forma a garantirem os lucros das concessionárias.

-As autarquias ficam impedidas de implementar tarifas sociais e prestar serviços sociais como as fontes e os fontanários.

A ÁGUA É UM BEM DE TODOS NÓS!


A privatização da água e do ambiente prejudica gravemente os interesses dos cidadãos, das autarquias e do próprio país.

É falso que a directiva europeia sobre a Água imponha a privatização. Em diversos países europeus, como a Holanda, o domínio público da Água é mais amplo que em Portugal e mantém-se na exclusiva responsabilidade do Estado.

Em Portugal os processos de privatização da distribuição da água deram lugar ao aumento dos preços e à diminuição da qualidade do serviço prestado.

EXIJA UMA LEI DA ÁGUA QUE GARANTA O DOMÍNIO PÚBLICO DE UM BEM QUE SENDO DE TODOS TEM DE SER POSTO AO SERVIÇO DE TODOS!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Primeiro Posto de Abastecimento de Biodiesel em Portugal